sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O meu chefe

O meu chefe é um ser estranho.
Além daquele enorme defeito de estar constantemente a cantar em versão hum hum hum, têm características estranhas.

Comecemos pelo facto dele ser muito alto e muito magro, daquelas pessoas que têm as pernas muito altas, o que faz com quaisquer calças que vista tenham a cintura muito subida.
Apesar de já ser careca no topo da cabeça, continua a cortar o cabelo como se não fosse, o que resulta num penacho esvoaçante que insiste em manter. Além disso, não tem patilhas. Nenhumas. Ou seja, dá-lhe assim um ar feminino de quem tem o cabelo atrás das orelhas. Enfim, é estranho.

Seja Verão ou Inverno, usa sempre um KISPO, uma espécie de casaco impermeável com um tom creme, mesmo que estejam 35º na rua. No verão usa umas camisas azuis de manga curta que, conjugadas com as calças que lhe ficam sempre curtas, faz com que pareça um revisor da Carris. Nada contra estes senhores, mas simplesmente parece mais o senhor dos recados do que o director desta chafarica.

Não sei se é daltónico, mas ele consegue vestir-se todo da mesma cor, ou seja, todo de bege, o que lhe garante a alcunha de "Homem Areia". Ou todo de cinzento, ou de azul escuro. Mas o mais estranho é quando vem todo de "Homem Areia".Camisas, calças, KISPO...

Mas aquilo que me intriga mais, é sem dúvida a mala que carrega todos os dias a tiracolo. É uma mala da pele como as antigas da escola, com uma alça. Parece ser a que usava na primeira classe. Mas não é pela mala. É porque está simplesmente a abarrotar. Está tão cheia que já nem fecha, e com um volume enorme. E o que é que ele traz lá dentro que precise mesmo muito, todos os dias, para o trabalho? Nada. Ele nunca abre a mala. Fica ali no chão, inchada. e no fim do dia, toca a carregá-la para casa.

Agora imagina um dia de verão de calor, logo de manhã, e avisto o senhor a atravessar a estrada fora da passadeira, o que o obrigou a correr. Começa por imaginar uma pessoa muito alta e pernas longas a saltar de nenúfar em nenúfar (foi mesmo este o movimento da corrida, juro!) para não ser atropelado. Giro, não é? Agora põe-lhe um Kispo bege em cima. Um pouco estranho num dia de calor matinal, não? Agora põe-lhe ao ombro a mala inchada de coisas, pesada como tudo. Imagem final: Uma pessoa meio careca de penacho a esvoaçar, perna longa em movimento saltitante, casaco bege e mala ao ombro que, pelo peso, o obriga a andar inclinado uns 45º. Ridículo-cómico!




terça-feira, 25 de setembro de 2012

O princípio do fim

Hoje tivémos uma bela notícia aqui pelo escritório. Em tom de remate final, informaram-nos que o trabalho que estamos a fazer vai ter de parar.
Ora isto não seria um problema se tivéssemos mais 10 trabalhos em curso, mas não. Neste caso temos a módica quantia...ora ... deixa cá ver...um!
Também não seria um problema se eu não tivesse nada a ver com o trabalho, mas não, é o único que eu estou a fazer neste momento, já que o anterior também morreu.

Portanto anuncia-se aqui o tão previsto princípio do fim.

Mas não me sinto em stress, nem preocupada. É daquelas situações em que não posso fazer nada. Não depende de mim, não há outras hipóteses de trabalho, portanto resta-me esperar pelo fim e torcer para que, pelo menos, me paguem ordenado até lá.

E depois? Depois logo se vê. É impossível neste momento fazer previsões além dos 5 minutos...e mesmo assim muda tudo num segundo.

É esperar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Hoje sinto-me um trapo de gente...

Sinto que tenho andado desligada das pessoas.
Eu não era assim, era muito preocupada e presente, tanto que cheguei a sentir que os problemas alheios me sugavam a alma.
Tentei resfriar essa minha maneira de ser e hoje começo a achar que resfriei demais.
Na sexta uma pessoa que se tem revelado muito minha amiga disse-me que ia à médica, que suspeitava de um problema. Acalmei-a e garanti-lhe que não devia ser nada.
Pensei... logo à noite ligo-lhe para saber... mas não liguei!
E nem me lembrei mais disso durante o fim de semana.
Hoje fui à procura dela e não estava cá. A suspeita estava certa! E soube-o na sexta... e eu só hoje fiquei a saber.
Ela deve estar de rastos. O mundo fugiu-lhe dos pés...
Já lhe liguei, já lhe dei apoio, já lhe disse para contar comigo... mas nada apaga esta sensação de pano de chão com que estou!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O que fazer quando...

...se está aflitinha para ir fazer xixi (desculpa o óbvio), se quer ir embora para casa rapidamente, e da casa de banho sai uma pessoa que deixou um cheiro muito desagradável a outra coisa que não é xixi? (desta vez disfarcei, vá lá)
Credo...eu sei que não mandamos no nosso organismo, e que ninguém cheira a rosas, mas eu estava aflita, caramba! Era ímpossível respirar!

Ok, saí e fui à dos homens...

PS - há muuuuito para dizer sobre as casas de banho deste escritório...e não é pelas melhores razões.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deve saber tão bem...

Ganhar o euromilhões e poder dizer numa reunião tudo, mas tudo o que sempre quisemos dizer e nunca tivemos coragem porque precisamos do dinheiro no fim do mês!!!

O que eu queria mesmo, mas mesmo, mas mesmo fazer agora?


Apresentar a carta de demissão!


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O meu chefe

O meu chefe é um banana, como já te tinha dito.
Mas sabe safar-se ao trabalho com uma arte que é de espantar!

Somos cada vez menos pessoas, por isso temos de dividir as tarefas da melhor maneira, apesar do trabalho não ser muito. Mesmo assim ainda há alturas em que as coisas se sobrepõem e lá temos um momento de stress.
Nestas alturas ouve-se o meu chefe dizer coisas do género:
"É preciso é andar para a frente e fazer! Se for preciso eu também desenho!"
Disse isso para projectos de execução, propostas novas e até para fazer um 3D naqueles programas complicados onde só os designers mexem, e a quem se paga balúrdios por imagens finais.
Mas para ele é tudo simples, faz tudo, sabe tudo, resolve tudo.
Zero. Zero é o número de vezes que ele cumpriu fosse o que fosse que tinha prometido.

É preciso telefonar a algum cliente, para fazer contactos e angariar trabalhos. Combina com o director acima dele a lista de nomes para quem cada um deverá ligar. Enrola, enrola, enrola, até que o tal director acaba por dizer: "Ok, eu telefono!", depois de ter perguntado três vezes se já tinha feito os telefonemas.
Zero. Zero foi o número de telefonemas que ele fez.

Há uma reunião com um cliente qualquer, ou na obra. O director acima dele pergunta: "Vens?" (que é mais uma pergunta retórica). Ele responde: "Não, não tenho tempo agora", ou, "Não, acho que não é preciso ir". O outro dá a volta aos sapatos, e lá vai ele sozinho.
Zero de vontade em participar no que quer que seja. Zero de iniciativa.

Aparece uma pequena proposta para fazer, uma coisa que se resolve numa tarde se houver concentração e dedicação. Não há ninguém disponível, estamos todos ocupados com outras tarefas. O director acima dele pede-lhe para ser ele a desenvolver essa proposta. Enrola, vai tirar uma fotocópia, suspira, levanta-se novamente com as mãos nos bolsos, sempre no seu registo sinfónico "hummm hummm hummm".
Às tantas pergunta-nos: "Olhem lá, o Não Sei Quantos pode parar com o que está a fazer, para fazer aqui uma coisa?"
Silêncio. Olhamos para ele e balbuciamos qualquer coisa parecido com um "Pode", resmungado entre dentes.
Zero. Zero é o que ele vai fazer nesta proposta. Safou-se airosamente do trabalho, limpinho!

E agora tu perguntas-me, A., o que é que ele faz o dia todo?

Não sei. Escreve porque oiço o teclado (e-mails e messenger). Vê alguma coisa porque oiço o click do rato (sites na net, e de vez em quando ri-se sozinho).
Zero. Zero é o trabalho que ele faz o dia todo.

Mas há uma coisa que ele sabe fazer bem:
Mandar alguém fazer por ele.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vitinho = sono

Eu tenho pena dos jornalistas que realmente têm de ouvir o Vítor Gaspar a falar. 
Porque eu posso desligar e ouvir o resumo mais tarde, espalhado por aí na Imprensa.
Mas eles têm mesmo de ficar ali, o tempo todo, com os olhos abertos, concentração máxima. 
Imagino que a percentagem de cafés vendidos aumente bastante antes de qualquer comunicação deste senhor.

Ora aí está um nicho de mercado por explorar. Vender café à porta das conferências do Vítor Gaspar. Há-de render!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Alturas menos boas...


... para 30 pessoas por dia me perguntarem uma certa e determinada coisa!
Irra e mais a pressão social.
É que não tarda menos nada e vou começar a dizer a verdade e depois nunca mais ninguém me faz a porcaria da pergunta!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Em resposta aos casamentos...

Tinta da China 

Concordo completamente contigo!
Em tudo!!!

Não tenho tido muitos casamentos ultimamente, mas a questão para mim é que os casamentos só têm duas hipóteses...ou os noivos me dizem muito e aí sim AMO ir a casamentos é super divertido e pode ser a maior pirosada ou "o mais do mesmo" que eu vou estar feliz e isso é que importa.
Ou vou porque tenho de ir e invariavelmente gasto mais dinheiro do que devia e o divirto-me menos do que merecia!

A.

Pessoas Avestruz!

Não gosto que as pessoas se comportem como avestruzes!
No local de trabalho ou na vida pessoal os problemas devem ser encarados de frente.
É para falar... então falemos!
É para resolver? Vamos a isso!

Mas eu ando rodeada de pessoas que não pensam assim. Os problemas são para ignorar, fazer de conta que não existem, que não estão lá. Enfiam a cabeça na terra e esperam, rezam talvez, que o problema desapareça como que por magia.
E digo magia, porque um problema só desaparece sem ser resolvido... por magia... ou seja ISSO NÃO ACONTECE!

A questão que coloco é: Como fazer para contrariar comportamentos deste género?
Insistir nos assuntos leva a uma irritabilidade permanente da avestruz...
Mencionar ao de leve os mesmos, leva a um desconversar instantâneo da avestruz (e à minha irritação!).
O que fazer?
Só vejo uma solução.
Vou procurar um terreno fofinho onde possa enfiar a minha cabeça tb... experimentar a ver se gosto!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Casamentos

Se há coisas que me chateiam cada vez mais são casamentos. Principalmente de amigas histéricas. No ano passado tive um, este ano pelos vistos vou ter outro. Onde vão mais ou menos as mesmas pessoas. Mas não me refiro à noiva como histérica, aliás acho que é a única que eu tolero que esteja histérica. Refiro-me a todas as outras amigas, minhas ou da noiva, que me entopem o e-mail com montanhas de mensagens de opiniões disto e daquilo.
Dou um exemplo: as madrinhas. Histéricas com organização da despedida de solteira. Quem vai, quem não vai, qual o dia certo (só para esse assunto devem ter sido uma mil mensagens até se chegar a alguma conclusão). Mas não pára aqui! A seguir alguém se lembra das brincadeiras, jogos, perguntas ao noivo que a noiva tem de responder (típico e sem interesse nenhum), presentes idiotas como cuecas, aventais, eu sei lá! (esta parte li em diagonal para não me deparar com coisas realmente ridículas). Enfim, escapei-me à despedida de solteira. Poupei-me a uma noite de risos forçados e puro "entertainment" de bocejar...
Mas isto não bastava. Alguém teve a ideia de se lembrar em oferecer mais um presente à noiva na sua despedida. Pois, mais uma despesa...Oops, tarde demais, só li o email sobre isto hoje, sendo que a despedida foi no sábado passado. Bom, nada a fazer, pensei eu, e confesso com algum alívio por não desembolsar uns euros a mais do que o previsto. 
Momentos depois recebo mensagem de uma das madrinhas histéricas a insistir para respondermos (sim, a mensagem era para várias pessoas) se queríamos ou não entrar nas contas desse presente, mesmo que não tivéssemos ido. E rápido, porque é urgente saber!

Sinceramente...poupem-me. Eu não sei se ofendo alguém por pensar assim, mas que raio de festa é que as pessoas inventam à volta de um casamento em que me vejo obrigada a gastar mais dinheiro num mês do que gasto em supermercado em dois ou três meses? Será que faz sentido? Presentes (que nunca são baratos), presentes de despedida de solteira, vestidos, sapatos, fatos, gravatas, viagens...Quando em troca o que tenho é mais um casamento igual a todos os outros, com momentos enormes de seca à espera de aperitivos ou fotos ou do jantar, com calor de matar, em zonas onde o pavimento é em gravilha e eu estou com saltos altos, um almoço, ou jantar ou ambos, música de treta e uma valente dor nos pés e comichão nos olhos por causa da maquilhagem.

Eu fico muito contente pelas pessoas se casarem, juro que fico. E percebo que, para quem se casa, é realmente muito importante tudo o que se passa à volta do casamento. E é por estas razões que me esforço.
Mas porque é que tem de ser sempre a mesma coisa? É como ver o mesmo espectáculo várias vezes.

NO ENTANTO abro aqui uma enoooorme excepção a alguns casamentos de pessoas de quem gosto muito mesmo, e nesses todo o sofrimento se transforma na maior alegria, e a dor dos pés nem aparece!
Mas admito que, para casamentos de colegas de trabalho ou amigos de amigos, a vontade é zero...é que sinto que me convidaram com tanta vontade como a que eu tenho de ir...e torna-se tudo uma obrigação.